Direito & Design
O PODCAST DE LEGAL DESIGN
NOTAS DO EPISÓDIO
Temporada
1
Episódio #
03

Sou uma pessoa “do direito” Será que consigo aplicar o design na minha atividade jurídica?

Quem não sabe desenhar pode ser designer? É muito arriscado implementar um projeto de legal design? Quantos cursos preciso fazer antes de começar a colocar o legal design em prática?

Introdução

[00:00:15] Você acha que para ser designer precisa saber desenhar? A resposta é não. Eu por exemplo sou uma designer que não desenha. Sim isso existe. Eu também tomei um susto quando descobri que design não servia somente para criar imagens incríveis e objetos lindos, e, se você viu os episódios anteriores já entendeu isso também. Mas aí pensamos: sou uma pessoa do direito, será que consigo aplicar o Design? Como eu faço isso? 

Além de estudar como designers e acessar conteúdo de qualidade eu recomendo que você pratique. 

Isso mesmo, comece agora. Não importa a quantidade de teoria que você já assimilou. Hoje, nesse episódio, o meu objetivo é te encorajar a colocar em prática o que você vem aprendendo nas aulas, livros, artigos de design ou legal design que tem estudado. Se você ainda não colocou em prática o que está estudando, chegou a hora.

Praticando design

Estudar Design é diferente de estudar Direito. E é isso que nós do Direito também precisamos aprender com o Design. Não adianta ler um monte de teoria sem experimentar. É preciso prototipar e arriscar, para errar logo e errar cedo. É permitido errar e é necessário errar.

[00:02:00] Na Faculdade de Direito. Muitos alunos passam anos sem errar, e, se quer começar a colocar em prática. Estudar muito faz a diferença, mas no design é preciso praticar. Eu diria até que é muito mais prática do que propriamente teoria.

Mas essa é uma das maiores barreiras para quem é do direito (ser experimental). Porque advogados são treinados para evitar risco, proteger, blindar, e dar segurança. Coisas como: Laboratório, experimentação e testes não fazem parte do mundo do Direito.

Não faziam, mas a inovação tecnológica trouxe alguns modelos de experimentação e testes para várias áreas e também para a área jurídica ou regulatória. 

O conceito Sandbox (Caixa de Areia)

[00:03:06] Você já ouviu falar do conceito sandbox? Sandbox significa caixa de areia.

Sabe aquela caixa de areia que a gente brincava no jardim de infância? A gente ficava lá fazendo castelos, estradas, plantava flor, enterrava inseto morto. Às vezes um amiguinho jogava areia na nossa cara, e, a gente cuspia areia, chorava e chamava a mãe ou a professora. 

Na caixa de areia a gente brincava de adulto, construía coisas e criava problemas como adultos. Mas era um ambiente protegido e limitado. 

Esse conceito de caixa de areia, sandbox, é uma expressão muito utilizada por programadores de software para fase em que o produto está sendo construído. É um cenário protegido em que é possível simular e testar até lançar o produto no mercado. Esse conceito de sandbox foi também ampliado para ambientes regulatório, e, muitos países já entenderam que para acolher inovação é preciso criar um ambiente regulatório experimental, protegido e limitado.

Entender como é que o novo modelo de negócio se comporta para então lançar no mercado. Mas isso não é possível fazer só com teoria. Então o sandbox regulatório serve para isso. No Brasil esse movimento começou a partir do mercado financeiro, que aliás tem sido responsável por introduzir boa parte da inovação no nosso país.

Como experimentar no Direito?

[00:04:56] Eu comecei esse episódio dizendo que sim, é possível fazer design sem desenhar, e, agora te digo que não existe design sem experimentação. Se você quer usar o Legal Design para melhorar algumas coisas vai ter que fazer “laboratório” e vai ter que testar. E como é que faz isso no dia-a- dia? Como é que a gente testa sem causar estragos?

Vamos supor que você seja o responsável pelo jurídico de uma empresa, e, você queira mudar a forma como as áreas solicitam serviços pelo departamento jurídico. Você não precisa redesenhar todo o sistema e padronizar o modelo para todas as áreas que fazem solicitações, nem sair comprando aquela tecnologia revolucionária que alguém jurou que vai resolver todos os problemas. Mude aos poucos. Se você quer fazer um novo modelo de solicitação de serviços: 


  • Escolha uma área
  • Se aproxime das pessoas que trabalham nela. 
  • Converse. 
  • Observe como elas interagem com aquilo que você oferece hoje.
  • Não faça sozinho, envolva toda equipe. 
  • Observe muito.
  • Façam juntos um protótipo por tempo limitado para algumas demandas, não as mais traumáticas. 
  • Vá aos poucos.

Quais os riscos prazos e valores envolvidos? Que riscos dá para correr? Entenda todo esse cenário e o projeto. Mapeie, defina prazos, limites, escolha um recorte e comece logo. 

Dica

[00:07:08]Eu vou deixar aqui uma dica de leitura destravadora para quem ainda não começou. O “Google Design Sprint”, o livrinho do Google, é um livro clássico do design. Talvez você até já tenha lido. Se já aplicou, melhor ainda. Ele não precisa ser seguido à risca e já existem várias variações sobre o tema. Ele não fala só de prototipação é bem mais do que isso. Acredito que ele vai ser um bom companheiro nesse início de jornada.

O maior ganho da minha formação em Design foi aprender a pensar como designer. Para isso eu precisei me distanciar do Direito e passar a agir como Designer. Nenhum advogado vai te ensinar a pensar como tal. As soluções estão fora do mundo do Direito. Aprenda com o design e depois use a tua experiência jurídica, que isso, você tem de sobra.

O que isso tem a ver com o direito?

Algumas sacadas que você pode usar na sua prática diária
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